HERDADE DA ASSECA
A Herdade da Asseca situa-se em Vaiamonte, no Alto Alentejo.
A ocupação humana nesta região data de há mais de 10 mil anos. Nos característicos montes - grandes elevações no terreno - que deram origem ao nome do povoado Vaiamonte, existiu em tempos uma rica floresta mediterrânica que foi moldada ao longo de séculos pelas atividades humanas. Já em tempo dos romanos se produziam nestas terras vinhos, cereais e azeite.
Em tempo de grande intensificação agrícola e de grandes preocupações ambientais, procurámos preservar esta parcela de olival tradicional, capacitando a conservação dos ecossistemas e a promoção da biodiversidade, produzindo de uma forma sustentável e devolvendo ao convívio do homem, alguns dos mais belos animais da nossa fauna selvagem - os cervídeos.
O núcleo zoológico da Asseca é um projeto privado dedicado à criação de pequenos ruminantes selvagens. O gamo (Cervus dama), pela sua sociabilidade e adaptabilidade, merece a maior atenção neste projeto
O projeto ocupa uma área de 18 ha, com um coberto de antigo olival tradicional em modo de produção biológica, conciliando a exploração do subcoberto com um modelo alternativo de produção pecuária, baseado na pastorícia extensiva.
Os nossos gamos são nascidos em cativeiro, criados e mantidos ao ar-livre em cercados amplos, com uma alimentação baseada no aproveitamento das pastagens naturais melhoradas.
O Núcleo de Produção (NP) possui acompanhamento médico-veterinário e instalações adaptadas ao maneio de cervídeos.
ASSECA NP está acreditado junto do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e registado no REAP sob o Nº 2293-1/2021/ALE.
Marca de Exploração: PTVJ7AL-X
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O Gamo
DEER FACTS
O Gamo é um mamífero da família Cervidae, ungulados artiodáctilos e ruminantes, que estão representados por cerca de 40 espécies distribuídas por todo o mundo, exceto Austrália e Antártida.
O gamo (Cervus dama) é uma das três espécies de cervídeos que ocorrem naturalmente em Portugal, juntamente com o Veado (Cervus elaphus) e o Corço (Capreolus capreolus).
O gamo apresenta características idênticas ao veado, porém, menor corpulência, a cauda comprida e a parte superior das hastes achatadas e palmadas. A coloração típica é dorso castanho avermelhado salpicado de manchas brancas, com uma acentuada linha dorsal negra até à cauda. Ocorrem variações sazonais na pelagem e também ocorre mutações de cor, que vão do branco puro ao melânico, quase negro.
Acredita-se que o gamo é o último sobrevivente moderno descendente do cervo gigante do Pleistoceno, o Megaceros giganteus , extinto na última era glacial, que pesava 600 kg e cujas hastes podiam atingir 4 metros de largura.
A espécie Dama dama é originária da Turquia, Irão e sul da Europa, nomeadamente Itália, Sicília e Península Balcânica. Acredita-se que estes locais foram os refúgios da espécie no tempo pós-glacial da história da Terra. As subespécies nativas, do Irão e do Iraque , conhecidas por Gamo Persa ( Dama dama mesopotâmica ), são mais corpulentas e estão praticamente extintas na natureza, gozando de especial estatuto de proteção. Atualmente, apenas se encontra uma população em estado selvagem no Parque Nacional Termessos, no sul da Turquia.
No Mediterrâneo Ocidental o gamo foi introduzido pelos fenícios e na Europa Central e do Norte pelos romanos e normandos. No entanto, a maioria das populações existentes atualmente na Europa resultam de introduções mais recentes.
Com o objetivo da caça, foi introduzido no Reino Unido, nos EUA, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Em Portugal, a maioria dos gamos encontram-se dentro de áreas limitadas, tais como parques e zonas de caça privadas. Apesar de haver alguns animais dispersos, não há registos de populações selvagens em Portugal.
DEER BREEDING
A criação de cervídeos em regime fechado extensivo ou semi-extensivo conheceu um grande desenvolvimento nas últimas décadas, reconhecendo-se hoje a vocação pecuária de algumas espécies e o interesse da sua exploração.
Para além do seu interesse cinegético, o gamo tem sido considerado um animal de eleição para ornamentar espaços naturais, parques e jardins, dada a grande adaptabilidade e sociabilidade da espécie, sua beleza e graciosidade.
Gamos Brancos
REPOVOAMENTOS CINEGÉTICOS
Ornamento paisagístico & Lazer
GAMO - Notas:
Nome científico: Dama dama (Linnaeus, 1758)
Nome vulgar: Gamo (“gamela” para a fêmea, “vareto” o macho jovem)
Inglês: Fallow Dear
Francês: Daim
Altura ao garrote do macho: até 1 m.
Peso adulto do macho: 45 - 90 kg (60 Kg em média)
Peso da fêmea adulta: 35 – 50 Kg (40 Kg em média)
Época de cio: setembro a Outubro
Período fértil dos machos: 4-5 meses (set a jan)
Período de gestação: 228 a 244 dias
Época dos partos: maio-julho (2ªpar. jul-ago)
Maturidade sexual da fêmea: 16 - meses.
Número de filhos: 1 (raramente 2)
Esperança média de vida: 12-16
DEER
ALL YEAR
Ciclo biológico do gamo
Na Herdade da Asseca os gamos estão socializados com as actividades humanas, tolerando a proximidade das pessoas, mas isso não faz deles animais domésticos. Na natureza são animais muito tímidos, sempre vigilantes. Quando alertados, deslocam-se em pulos impulsionados pelas quatro patas em simultâneo, mas também podem desenvolver um galope franco e saltar vedações superiores a 1,80 metros.
Os gamos são animais de hábitos predominantemente diurnos, mostrando maior actividade no início e no final do dia. São gregários e vivem em pequenos grupos matriarcais. Cada grupo é composto por várias fêmeas e as respectivas crias. A hierarquia entre as fêmeas é mais acentuada que entre os grupos de machos. Uma fêmea mais velha é a que normalmente lidera cada grupo.
Os machos com mais de dois anos constituem grupos separados e a sua actividade e iteração com os grupos de fêmeas varia ao longo do ano.
Os principais aspectos da vida do gamo na Herdade da Asseca, ao longo dos 12 meses do ano.
JANEIRO | FEVEREIRO
MARÇO | ABRIL
Com o início da primavera dá-se a mudança do pelo, surgindo uma pelagem mais fina e de cores contrastadas, sobressaindo no castanho avermelhado do dorso o mosqueado branco e linha branca do flanco e a típica lista escura dorsal até à cauda, que é contrastada de negro e branco.
O “desmogue”, isto é, a queda das hastes, ocorre anualmente na Primavera, habitualmente meados de Abril. As hastes começam novamente a crescer poucos dias após a queda, estando no seu auge de crescimento no início do Verão. Este fenómeno anual ocorre ao longo da vida do animal, no entanto, em idade mais avançada, as hastes não crescem tão pujantemente (Blanco, 1998).
As novas hastes apresentam um crescimento em forma bifurcada e são constituidas de um tecido brando e muito vascularizado, quente ao toque, denominado "veludo", que pode crescer cerca de 50mm por dia.
O crescimento vai prolongar-se ao longo de todo o verão, atingindo o máximo no mês de Agosto, altura em que as hastes "limpam", isto é, secam e ossificam.